sábado, 30 de agosto de 2014

MEU MENTOR





Meu mentor não é e é qualquer cor
Ví Eriberto Leao dizer na pele de Jim Morrison
ser o guia dos labirintos,
meu mentor Mauricio Salles de Vasconcelos fez-se apache tupy nagô tuaregue
há três décadas atrás ele pós na Morgana vitrola o elo, o circulo, o disco de Jim...
o Rei Lagarto de nossa aliança trançada 

em nossas coronárias de puro aço elétrico
E não precisamos mais guardar a erva depressa, já que os corações que nos lambem são para o sempre desimpedidos

Eriberto Leão Ator,
Mauricio Salles de Vasconcelos Cassiel hoje professor poeta na Usp
e toda a falange de Anjos liderada por Breton 

e Mallarmé, Hendrix e Zappa, Nijinsky 
e Eugênuo de Andrade, e...
lavaram para o eterno minha ingenuidade
numa tarde, numa noite, numa rua Santa Cristina, numa Santa Teresa berço
dos cinemas, de Manu Chao e Amy House...
O cinema da iniciação é simples,
feito de nacos de carvão e pêlos de lobo, 

cuias de água, perfumes,
taças do sangue de Rimbaud 

e sucos e vinhos e uvas...
Quem não viveu que viva e continue a viver

                  ( edu planchêz )

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

29/ 08 / 2014 ( edu planchêz )
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estico o pano azul
sobre seu ventre
elevado pelo além
de minhas floras mãos

soboroso paraiso,
terra da entranha maçã


Nove na segunda posição significa:
Suportar gentilmente os incultos,
atravessar o rio com decisão,
não negligenciar o longínquo,
não privilegiar os companheiros.
Assim se poderá trilhar o caminho do meio.
Em épocas de prosperidade é acima de tudo importante possuir a grandeza interior que permite suportar pessoas imperfeitas. Nas mãos de um grande mestre nenhum material é improdutivo, para tudo ele encontra utilidade. Porém essa generosidade não deve ser confundida de modo algum com negligência ou fraqueza. É justamente em épocas de prosperidade que se deve estar sempre pronto para arriscar até empreendimentos perigosos, como a travessia de um rio, se for necessário. Do mesmo modo não se deve neglicenciar o que está distante, mas atender, escrupulosamente, a tudo. Deve-se evitar, em especial, cair em partidarismos ou sob o domínio de facções. Mesmo quando homens que pensam de maneira semelhante chegam, juntos, a uma certa proeminência, não devem por isso formar facção, mas cada qual deve cumprir o seu dever. São esses quatro fatores que permitem superar o perigo de um gradual relaxamento, ameaça que se oculta em todo período de paz. Deste modo se encontra o caminho do meio para a ação.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Aos navegantes





Aos navegantes de hoje 
e de ontem, 
ofereço a longa temporada 
desse ato, dessa trova, 
do jogo de dados, 
do carteado...
pelas as maravilhas
vindas do solene cio da romã, 
da máquina andrógena 
que veste meus pés

Na mente dos que vivera em Roma
antes de Roma ser Roma, 
durante o reinado do bardo Virgílio de todos os nomes, 
cabe o que ainda não escrevi

E que ainda não escrevi, 
pode estar sendo escrito agora, por um outro alguém
no extremo passado, 
no longínquo, no além 

   ( edu planchêz )

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Solução de água e nanquim




Pedra, 
no dia de hoje sou um homem 
de pedra, estátua de bronze, 
João Caetano na eternidade 
que cobre a praça Tiradentes... incorporando para sempre...
um centurião romano, um pajé, Araribóia atirando flechas 
para todos os pontos cardeais 
da cidade perfumada 
pelas polacas francesas 

A louca Lapa, 
o lindo navio arrastado 
pelas fumaças da planta, 
pelas movimentos da boca, 
pelos degraus decorados 
pelo mago Selarón

No décimo sétimo andar 
da rua da Imperatriz, 
eu, o Imperador das trovoadas, fertilizo meus neurônios, fertilizo teus neurônios, 
teu largo ventre, 
o rasgo que há entre os edifícios 
que me permitem ver um fragmento da baia da Guanabara 

Só o mastro do poema 
para arrancar de mim a angustia, 
o gosto desgastado dos dentes, 
o chorume de todos esses quartéis

E o que não é história, 
continuará não sendo história,
e o que é visagem, 
continuará permitindo...
que as vidas se encontrem 
longe e perto das passarelas

E o medo que tenho, 
e o medo que não tenho, 
e a solução de água e nanquim
se espalha no clarão do céu 
dos subterrâneos que carrego

   ( edu planchêz )


terça-feira, 19 de agosto de 2014

A MATEMÁTICA




A matemática flutua no que penso 
sobre números e cores,
sobre ornamentos 
de flores de carne, 
de flores de pura lama

Ao arcar meu corpo em direção 
ao corpo que me deseja, 
ao corpo que desejo, 
e vosféro que o desejo é número,
figuras armadas com as almas 
do fogo, com as cabeças da água

E o tudo cabe no fundo vazio 
do fundo que sou, 
do fundo que és

Meu poema mais que sujo, 
mais que limpo 
rola nas casas dos que dormem 
e dos que nunca dormem 
entre gatos, crianças, 
cães, pássaros 
e sonhados pães recheados 
de cenas, de sons e sabores

Hoje estou na taça da história, 
no templo das frutas 
formadas pelas estrelas 
paridas por cada vivente 
(que cá está, que cá esteve), 
por cada passo que dei 
em direção ao mundo das rosas, 
ao mundo da criatividade 
das muitas mortes e nascimentos 
presentes na matemática 
de minha pequena grande vida 

   ( edu planchêz )

sábado, 16 de agosto de 2014

Linguagem costurada




linguagem costurada 
com agulhas de fumaça 
nas costuras da roupa 

na crosta  do planeta  
pintamos com os argumentos 
que o frio usa
( para nos embrenhar 
nas mantas de lã)
uma tela tingida por pinheiros,
pintassílgos, cêra de abelhas, 
castanhas e chocolate quente 

a amarela luz de netuno,
trafega pela vidraça, 
fertiliza a sala,
afaga nossas cabeças

   ( edu planchêz )

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uma jarra de ouro




A minha cara é uma nota 
de mil dólares, 
a minha cara é uma nota, 
um planeta de moedas, 
uma jarra de ouro  

Represento o que mais cresce,

o que se estende no tempo percorrido por meu corpo 
e o teu corpo no corpo das ruas 

Tudo ou quase tudo 

que quis ser é ser poeta,
a porta e a voz
que abre e fecha a porta 
que não é porta, 
mas pode ser uma ave, 
um navio, um monte de folhas

Nascer e subir nos fios, 

nas estações, 
nos trens e nos bondes,
no que vem do futuro, 
no que urge do extremo passado

Se possuía alguma idade... 

até então...até...
hoje que não é mais hoje...
procure as respostas
nas escamas que procuram luz
na minha luz...

A cor laranja, a flor laranja,

os frutos que são minhas mãos, 
que foram meus pés achados 
e perdidos em Meu Pedacinho 
de Chão das muitas artes 
pensadas e não pensadas

Da onde sai isso tudo?

Da terra plana, 
do céu cortado pelo olho 
do menino que nunca viu o mar, 
mas já esteve em Marte, 
com a sorte das estrelas 
que sempre me permitem
ver e rever os tesouros
raiados da imaginação

    ( edu planchêz )

  

sábado, 9 de agosto de 2014

Nos lambe




Para q sair dos abismos, 
se é nos abismos que... 
o Dragão da "Maldade" nos lambe?

( edu planchêz )

Poema Cinema



 
A cachorra Baleia corre
nesse agora
por essas linhas, por essa pauta,
na clave de sol, pelos hemisférios

Cachorra Baleia?
Cachorra Baleia sertaneja
diluída célula por célula
pelas páginas dos fissurados
por pontes e corredeiras,
livros, teias abissais,
lentes, lábios, telas,
iluminessências,
alturas intocadas,
vazantes extremas,
"tesouros transparentes"

Chama a Sarah de Nova Deli
com seus trovões
e suas estrelas centauras
porque Talles Machado Horta sem porquês
flechou a maçã que esteve no tuneo branco
esculpido pelas andorinhas que viram Borges
escalar os degraus da torre do fim

Na outra ponta da corda,
na outra ponta do pavio,
na outra ponta das lanças espartanas

E o poema cinema se atraca
no arrebentar das letras,
na placenta calcária da maré

( edu planchêz )