segunda-feira, 21 de julho de 2014

Caravelas e sêmem





Abre-se a porta das visões auspiciosas, 
rios de fino leite nos tocam o rosto 
e a pele do ventre, 
escorrem pelos canteiros, 
pelo peito, chegam aos pés, 
ao chão, aos cantos esmeraldas de Orfeu Negro

Aos cantos esmeraldas de Orfeu Negro 
despejo o montante de corpos celestes 
que colho com a ponta do meu olho de Osíris
 

Tenho a cabeça coberta com a mitra branca, 
os braços espalmados sobre as nebulosas, 
sobre as canções de exilio, 
sobre você entre o sono e o estar acordada

O sol e a seca, o rio Nilo é o rei, 
você, a rainha peixe vermelho dourado, 
a certeira lança que rasga a água,
a minha água, a água dos rios submersos 
nos pulmões do mar Egeu, 
em tuas maõs cobertas de caravelas e sêmem

        ( edu planchêz )

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